Petrônio Portela Nunes nasceu em 12 de setembro de 1925, em Valença do Piauí, no estado homônimo. Veio de uma família de políticos. Formou-se em Direito, no Rio de Janeiro, em 1951. Durante o período em que esteve na universidade, dirigiu o departamento estudantil da União Democrática Nacional (UDN), partido de oposição liberal ao Estado Novo. Depois de se tornar bacharel, passou a prestar serviços jurídicos à UDN. Chegou a assumir, por convocação, uma cadeira na Assembleia Legislativa do Piauí e, mais tarde, a secretaria geral do partido no estado. Em 1954, foi eleito deputado estadual e, durante sua legislatura, manteve-se na oposição ao Partido Social Democrático (PSD), que estava à frente do governo do Piauí. Nessa época, assumiu a presidência da UDN no seu estado.
Em 1958, foi eleito prefeito de Teresina em uma coligação com o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), antigo aliado do PSD. O PTB assumiu o governo do estado, rompendo com a tradição pessedista na gestão do Piauí. A aliança, entretanto, não durou muito, e logo Petrônio rompeu com o governo do estado, atitude que desagradou setores da cúpula udenista e que acarretaram em sua renúncia à presidência do diretório estadual do partido. O conflito com o PTB, por outro lado, aproximou Petrônio de antigos adversários do PSD, o que deu origem a uma coligação que lançou sua candidatura ao governo do estado, no pleito de 1962.
Foi eleito governador do Piauí e assumiu seu mandato em 1963. Em 1964, ao saber das movimentações militares que levariam à deposição de João Goulart, defendeu publicamente - em periódicos e rádios - o mandato do então presidente. Com o golpe consumado, e a exclusão das agremiações políticas pelo Ato Institucional N˚ 2, filiou-se à Aliança Renovadora Nacional (Arena). Foi incumbido por Castelo Branco de organizar a Arena no Piauí.
Em 1966, Petrônio renunciou ao cargo de governador para concorrer ao Senado. Foi eleito na legenda da Arena e assumiu o cargo no ano seguinte. Em 1968, com o acirramento das manifestações políticas de operários, intelectuais e estudantes, que foram reprimidas pela Tropa de Choque da PM, manifestou-se favorável à causa dos estudantes, afirmando que iriam ser tomadas medidas punitivas para coibir excessos praticados pela Polícia Militar. As manifestações, entretanto, colaboraram para o fechamento do Congresso pelo Ato Institucional n˚ 5, que suprimiu ainda mais os direitos constitucionais.
Na ocasião, defendeu o sistema vigente, afirmando que o regime era transitório e que, um dia, as liberdades constitucionais seriam restabelecidas. Após a reabertura do Congresso em 1969, Petrônio se aproximou do então presidente Médici e, em 1971, assumiu a presidência do Senado, cargo que ocupou até 1973, quando se tornou presidente nacional da Arena e um dos principais articulistas entre o governo e o Legislativo.
Em 1975, com a perda de cadeiras no Legislativo para o partido de oposição, o MDB, Petrônio deixou a presidência da Arena e passou a exercer apenas a liderança do governo no Senado. Em 1977, reassumiu a presidência do Senado, cargo que exerceu até 1979.
Em 1978, presidiu a realização do pleito indireto que elegeu o general Figueiredo à presidência, passando a ser coordenador político do novo governo. Deixou a presidência do Senado para se tornar ministro da Justiça, em 1979, indicado por Figueiredo. Durante o seu período como ministro, foi um dos responsáveis pela aprovação da Lei da Anistia e da reinstalação do regime pluripartidário no país. Nessa época, era também apontado como um dos mais fortes candidatos para substituir o então presidente. Ficou no cargo até a data do seu falecimento, em 1980.
Fonte: http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/petronio-portela-nunes / Acesso: mai. 2021
Organização | Função | Início | Término | Cidade | Estado |
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Ministro (a) | 1979 | 1980 | ||
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Presidente (a) do Senado Federal | 1977 | 1979 | ||
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Senador (a) | 1966 | 1979 | PI | |
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Presidente (a) do Senado Federal | 1971 | 1973 | ||
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Governador (a) | 1963 | 1966 | PI | |
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Prefeito (a) | 1959 | 1963 | Teresina | PI |
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Deputado (a) Estadual | 1954 | 1958 | PI |
Instituição de Ensino | Campo de Estudo | Início | Término |
Universidade Federal do Rio de Janeiro (RJ) | 1947 | 1951 |