José Bonifácio de Andrada e Silva é filho de Bonifácio José Ribeiro de Andrada com sua prima Maria Bárbara da Silva. Aos 14 anos, seu pai o enviou para São Paulo para estudar francês, lógica, retórica e metafísica. Concluídos seus estudos na capital, José Bonifácio seguiu para o Rio, de onde partiu, em 1783, para Portugal. Matriculou-se na Faculdade de Direito de Coimbra e passou a frequentar também os cursos de filosofia natural e matemática.
Em 1789, já formado em Direito e Filosofia, José Bonifácio foi convidado a fazer parte da Academia de Ciências de Lisboa e, graças ao interesse do governo português em formar profissionais em mineralogia, foi um dos escolhidos para percorrer a Europa. José Bonifácio se tornou um dos líderes de movimento clandestino de libertação, o "Corpo Voluntário Acadêmico". Como militar, ele chegou ao posto de tenente-coronel e comandou tropas de infantaria. Quando os franceses se retiraram, Bonifácio retornou às suas funções científicas e se ligou à maçonaria. Em 1817, soube da revolução de Pernambuco e da prisão de seu irmão Antônio Carlos.
Com 56 anos de idade, José Bonifácio voltou para o Brasil com sua família. Após breve passagem pelo Rio de Janeiro, chegou a Santos. Em abril de 1821, dom João 6º voltou para Portugal, deixando Dom Pedro como regente. Antes de partir, convocou eleições, para que se formassem nas províncias as juntas governativas constitucionais. Os presos da revolução pernambucana de 1817, foram libertados e, entre eles, Antônio Carlos de Andrada e Silva. José Bonifácio foi escolhido para presidir a eleição em São Paulo e se tornou um líder político, assumindo a vice-presidência da Junta Governativa. Quando chegou ao Brasil a ordem para o príncipe-regente retornar à Europa, José Bonifácio enviou a Dom Pedro a exigência de que ele permanecesse no Brasil. Sua carta foi recebida em 2 de janeiro de 1822. No dia 9, José Clemente Pereira, presidente da Câmara do Rio de Janeiro, pediu o mesmo. Dom Pedro, sentindo-se apoiado, respondeu a Clemente Pereira: "Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto: diga ao povo que fico".
José Bonifácio foi nomeado ministro do Reino e de Estrangeiros. No final de julho de 1822, Portugal declarava o embargo de armas para o Brasil e reparava o envio de tropas para impor respeito às suas decisões. Dom Pedro repeliu as exigências portuguesas e José Bonifácio, procurando o apoio internacional, enviou delegados a Londres, Paris e Washington, e fortaleceu a aliança com os governos sul-americanos, em particular com a Argentina. Enquanto isso, em Portugal, um golpe dissolvera a Constituinte e restabelecera o domínio de Dom João 6º. Logo surgiram rumores de uma nova união de Portugal com o Brasil. Declarada a crise política, Pedro 1º dissolveu a Constituinte. José Bonifácio, seus irmãos e outros deputados foram presos e deportados. Exilado no sul da França, José Bonifácio criticava dom Pedro 1º, que já havia declarado sua inocência, embora não o tivesse chamado de volta.
Só em julho de 1829 José Bonifácio regressou ao País. Dom Pedro, forçado a abdicar no dia 7 de abril de 1831, deixou-o como tutor dos filhos. Os liberais, tendo à frente Feijó, então ministro da Justiça, exigiu que a Câmara o destituísse da tutoria. O Senado rejeitou o pedido, levando Feijó a demitir-se. No entanto, acusado de tentar promover a volta de dom Pedro 1º, Bonifácio foi preso em 15 de dezembro de 1833 e mandado para a Ilha de Paquetá. Mais tarde, foi absolvido, passando a residir em Niterói, onde morreu.
Fonte:
http://www.funag.gov.br/chdd/index.php/personalidades-historicas/60-personalidades-historicas/130-jose-bonifacio / Acesso: mai. 2021