Ernesto Beckmann Geisel

Ernesto Geisel nasceu na cidade de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, em 03 de agosto de 1907. Mudou-se para o Rio de Janeiro e iniciou seus estudos na Escola Militar do Realengo, formando-se em 1928. No mesmo ano, foi designado para servir as Forças Armadas brasileiras, como segundo-tenente. Voltou ao seu estado natal em 1929. Seu primeiro ato político no Exército ocorreu em 1930. Promovido a primeiro-tenente, participou da vanguarda das forças revolucionárias contra o governo do presidente Washington Luís. Em 1931, foi convidado para os cargos de secretário-geral do governo estadual e chefe do Departamento de Segurança Pública. Com a revolta constitucionalista de 1932, em São Paulo, participou de um destacamento no Vale do Rio Paraíba, entre os estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Dois anos depois, tornou-se secretário da Fazenda e Obras Públicas do estado da Paraíba.

Em 1943, foi promovido a major. Em 1945, fez estágio nos Estados Unidos, onde muitos oficiais eram treinados durante a Segunda Guerra Mundial. No mesmo ano, foi nomeado chefe do Estado-Maior do Núcleo de Divisão Blindada, unidade que enviou oficiais para a deposição de Getúlio Vargas. Em 1947, chefiou a secretaria geral do Conselho de Segurança Nacional e trabalhou na embaixada do Brasil, no Uruguai. Em setembro de 1955, Geisel começou a atuar na empresa petrolífera estatal Petrobrás, sendo nomeado superintendente geral da Refinaria Presidente Bernardes, de Cubatão, cargo no qual permaneceu até 1956. Em junho de 1957, torna-se representante do Ministério da Guerra, no Conselho Nacional do Petróleo, permanecendo ali até iniciar sua posição como chefe do Comando Militar de Brasília e da 11ª RM, em Brasília, no ano de 1961. Nesse período, teve início a crise política originada com a renúncia do presidente Jânio Quadros: setores militares impediram a posse do vice-presidente, João Goulart, por este ser ligado a movimentos de esquerda. Nesse ínterim, Geisel se tornou chefe do Gabinete Militar do presidente da Câmara dos Deputados e, então, presidente da República provisório, auxiliando na negociação com militares contrários à posse de Jango, para a implantação do parlamentarismo. Em setembro, Goulart assumiu a presidência, sob o regime parlamentarista.

Após o golpe militar de 1964, o general Castelo Branco assumiu a presidência e nomeou Geisel chefe de seu Gabinete Militar, cargo que ele deixou em 1966. No ano de 1967, Geisel foi nomeado ministro do Supremo Tribunal Militar (STM). Voltou a trabalhar na Petrobrás em 1969, quando deixou o STM. No governo Médice, foi nomeado presidente da estatal.

Em 1973, o presidente Médici indicou Geisel como candidato à presidência da República pela Aliança Renovadora Nacional (ARENA). Eleito pelo Colégio Eleitoral, no ano seguinte, seu mandato foi marcado pelo início dos projetos de abertura política, que, como ele mesmo caracterizava, deveria ser um processo de “distensão lenta, gradual e segura”. Já em 1976, Geisel volta a usar o Ato Institucional nº5 (AI-5) para cassar mandatos. Também sancionou a Lei Falcão, que aumentava a censura na propaganda política.

Em março de 1977, Geisel lançou o Ato Complementar 102, decretando recesso do Congresso Nacional, e implantando reformas no Judiciário e no sistema político, como o aumento do tempo do mandato do presidente da República para seis anos, sem a necessidade de aprovação dos deputados. Como repetido diversas vezes em seu discurso, em 1979, como último grande ato na presidência, extinguiu o AI-5.

A atividade política de Geisel, após deixar a presidência, foi modesta. Com a extinção do bipartidarismo, ajudou a fundar o Partido Democrático Social (PDS), sucessor do ARENA. Em 1985, apoiou a criação do Partido da Frente Liberal (PFL). Em 1996, faleceu em decorrência de um câncer generalizado.

Fonte:

http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/geisel-ernesto>. Acesso: março 2020.

http://www.biblioteca.presidencia.gov.br/presidencia/ex-presidentes/ernesto-geisel/biografia>. Acesso: março 2020.