Nascido em Óbidos, no Pará, em 23 de setembro de 1913, Pedro Pomar se mudou para Belém ainda jovem, em 1926. Ingressou na vida política, em 1932, participando de um movimento paraense de apoio à Revolução Constitucional de São Paulo, deflagrada contra o governo provisório de Getúlio Vargas. Na época, foram atacados diversos pontos da capital paraense. Na ocasião, Pomar chefiou um grupo de operadores de bonde elétrico.
No ano seguinte, ingressou na Faculdade de Medicina do Pará, fazendo apenas dois anos do curso. Em 1935, enquanto trabalhava no Departamento de Agricultura do estado, ingressou no Partido Comunista do Brasil (PCB). No mesmo ano, passou a compor a ala jovem da União Popular do Pará (UPP). Paralelamente, começava a se consagrar como um dos dirigentes da recém fundada Aliança Nacional Libertadora (ANL), no Pará .
No início de novembro de 1935, Pomar passou a defender a criação de um partido independente à UPP, o Partido da Mocidade do Pará, criado nas vésperas das eleições que seriam realizadas naquele mês. Com a chapa do partido encabeçada por Pomar, o Mocidade totalizou apenas 64 votos. Passadas as eleições, ainda em dezembro, eclodiu em Natal e Recife uma insurreição promovida pela ANL e liderada pelo PCB. O movimento foi derrotado em poucos dias pelas tropas legalistas. Em maio de 1936, Pomar foi preso, mas foi absolvido por falta de provas e liberado.
Com a instalação do Estado Novo, Pomar passou a atuar na clandestinidade, compondo com João Amazonas a direção regional do PCB, no Pará. Após outras prisões, viajou para o Rio de Janeiro, na época Distrito Federal, onde chegou a trabalhar como pintor de paredes e pedreiro. Lá, em 1942, Pomar formou a Comissão Nacional de Organização Provisória (CNOP). A comissão defendia a união nacional em torno do governo de Getúlio Vargas, na luta contra os países nazi-fascistas envolvidos na Segunda Guerra Mundial, considerando que lutar contra os países do Eixo era estar ao lado da União Soviética. A posição foi defendida e aprovada na II Conferência Nacional do PCB. Pedro Pomar, Maurício Grabois, João Amazonas, Carlos Marighella, Diógenes de Arruda Câmara e José Maria Crispim passaram a ocupar postos de direção do partido. Durante a conferência, Luís Carlos Prestes, que estava preso, foi eleito in absentia secretário-geral do PCB.
Em 1945, concorreu pela coligação do PCB ao cargo de deputado federal de São Paulo. Foi eleito como o deputado mais votado do estado e assumiu o mandato no mesmo ano. Também desenvolveu, de 1945 a 1947, atividades jornalísticas. Foi diretor da Tribuna Popular, órgão oficial do PCB e, por causa disso, tornou-se frequentemente ameaçado de prisão por causa de denúncias publicadas no jornal.
Em 1948, o partido na ilegalidade, Pomar disputou com Diógenes de Arruda o principal cargo executivo do comitê central, logo abaixo de Luís Carlos Prestes. Derrotado, Pomar foi perdendo espaço político dentro do PCB e se afastou da direção nacional do partido, passando a ocupar cargos de direção regional, no Rio Grande do Sul. Lá, participou de lutas operárias e populares travadas entre 1951 e 1952, ano em que retornou para São Paulo, para auxiliar o partido em movimentos grevistas. Em 1953, retornou ao Rio de Janeiro e foi enviado para a União Soviética, onde permaneceu estudando por quase dois anos. Retornou ao Brasil e se estabeleceu em São Paulo, participando do comitê regional Piratininga, responsável pela organização do PCB.
Em 1956, integrou à delegação brasileira para o 8° Congresso do Partido Comunista Chinês. Ao retornar ao Brasil, Pomar encontrou o partido em crise. De um lado, os que defendiam debate restrito entre os dirigentes do partido e com certos limites. Eram de linha moderada e comandados por Luís Carlos Prestes. De outro, a posição renovadora, que apoiava amplo debate aberto ao público, democratização interna e independência do PCB em relação à União Soviética, que passava por momento revisionista. Do lado do segundo grupo, composto por João Amazonas, Maurício Grabois e Carlos Marighella, Pomar foi expulso do PCB, em 1961. Em 1962, após sua saída, foi um dos principais expoentes da fundação do PC do B. A nova sigla mantinha o mesmo nome do partido antigo, ou seja, significava Partido Comunista do Brasil. PCB, por sua vez, passou a significar Partido Comunista Brasileiro. Em 1966, foi pedida a prisão preventiva de Pomar. Ele teve seus direitos políticos suspensos. Em 1972, assumiu a comissão nacional de organização do PC do B. Em 1976, após uma reunião de seu partido em São Paulo, no bairro da Lapa, Pomar foi assassinado pela polícia. O episódio ficaria conhecido como Chacina da Lapa.
Fonte: http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/pedro-ventura-filipe-de-araujo-pomar / Acesso: mai. 2021
Organização | Função | Início | Término | Cidade | Estado |
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Fundador (a) do partido | 1962 |
Instituição de Ensino | Campo de Estudo | Início | Término |
Universidade Federal do Pará (PA) | 1935 |