Orestes Quércia nasceu em Pedregulho, no interior do estado de São Paulo, em agosto de 1938. Filhos de empresários, Quércia começou a trabalhar logo que entrou no ginásio da Escola Normal Livre de Campinas. Nessa época, além de ter sido repórter do Diário do Povo, foi eleito vice-presidente do grêmio estudantil da escola. Assim que saiu do ginásio, foi aprovado no vestibular para a Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, onde participou ativamente do centro acadêmico do curso.
Entre os anos de 1959 e 1963, trabalhou como locutor e jornalista de dois importantes jornais da cidade, e também como presidente da associação de imprensa de Campinas. Em 1963, começou sua carreira política institucional, quando conseguiu ser eleito vereador pelo Partido Libertador. No entanto, não chegou a terminar o mandato com o mesmo partido, já que o Ato Institucional nº2 havia instituído o bipartidarismo no país. Quércia escolhe se filiar ao partido de oposição ao regime militar, o Movimento Democrático Brasileiro (MDB). É empossado como deputado estadual por São Paulo, no início de 1967, assumindo a vice-liderança do partido na Assembleia Legislativa do estado. Em 1968, Quércia é eleito prefeito de Campinas. No fim da sua gestão, já nas eleições de 1972, Quércia conseguiu fazer com que Lauro Péricles Gonçalves o sucedesse na prefeitura de Campinas, trabalhando para conseguir do partido a indicação como representante da legenda para o Senado federal. Conquistou ampla maioria do eleitorado e foi eleito, em 1974, com mais de 4,5 milhões de votos. Como senador trabalhou em projetos de defesa da economia interna e de liberalização do regime político, para o retorno ao Estado de Direito.
Com o fim do bipartidarismo, em 1979, filiou-se ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), descendente do MDB. Terminou o mandato em janeiro de 1983, tomando posse no cargo de vice-governador do estado de São Paulo. Nas eleições seguintes, desvinculou-se de Montoro (o governador eleito) para concorrer ao governo do estado, assumindo o poder do Executivo paulista em 1987.
Quércia foi escolhido pelo partido para ocupar a presidência nacional do PMDB. Esse período foi um dos momentos mais difíceis de sua carreira política. Diversos casos de corrupção em seu governo começaram a ser investigados até pelo Ministério Público Federal, principalmente na área de Comunicação do estado, e nas empresas estatais de energia (Eletropaulo), saneamento (Sabesp) e de transportes (Metrô). Houve também investigação em licitações com superfaturamento de compras de produtos importados, em que o relatório apontava envolvimento direto de Quércia. Ele, entretanto, foi inocentado nesta e em outras investigações e processos na Justiça.
Em 1993, com pressão da mídia, Quércia surpreende os peemedebistas ao enviar carta de renúncia ao cargo de presidente do partido. Em maio de 1994, Quércia tem sua candidatura aprovada pela prévia do partido para concorrer às eleições a presidência da República com a legenda. Ficou em quarto lugar. Em 1995, venceu as eleições pelo diretório municipal do PMDB de São Paulo. Já nas eleições de 1998, perdeu o cargo de governador do estado para Mário Covas, do PSDB, acontecimento que se repetiu nas eleições para o governo do estado de 2006, quando José Serra foi eleito. Volta a perder nas eleições de 2002, mas agora para a função de senador da República por São Paulo, ficando em terceiro lugar. Devido a um câncer de próstata, Quércia desistiu da campanha para o senado nas eleições de 2010. Faleceu na véspera no dia 24 de dezembro deste mesmo ano.
Fonte:
https://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/orestes-quercia / Acesso: mai. 2021