Mario de Xavier Andrade Pedrosa nasceu em 25 de abril de 1900, em Pernambuco. Foi professor, crítico de arte e de literatura e importante militante político brasileiro. Foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT), sendo o primeiro a ter assinado o manifesto de criação do partido. Em sua trajetória, militou ativamente entre a política e as artes plásticas. Embora tenha sido importante personagem político, é mais conhecido por sua movimentação artística. Entre os anos de 1913 e 1916, Pedrosa estudou no conceituado Institut Quinche, Lausanne, (Suíça). Dez anos depois de ter se formado, filiou-se ao Partido Comunista do Brasil (PCB). Após este período, chegou a viver na Alemanha, entre os anos 1927 e 1929, onde estudou estética e filosofia, na Universidade de Berlim. Em 1930, voltando ao Brasil, fundou junto ao jornalista Fúlvio Abramo (1909 - 1993), um grupo de posição trotskista. A partir de então, envolve-se no movimento político comunista internacional, sendo preso em 1932.
Com o início do Estado Novo, em 1937, é exilado em Paris, mas se muda para a Nova York, em 1938, onde trabalha no Museu de Arte Moderna (MoMA) e colabora com revistas de cultura, política e arte. Em 1940, retornou clandestinamente ao Brasil. Foi preso e deportado para os Estados Unidos, onde, por ocasião da inauguração dos painéis de Cândido Portinari, na Biblioteca do Congresso, em Washington (D.C.), publicou estudo sobre o pintor brasileiro.
Retornou ao Brasil em 1954 e começou a colaborar com escritos sobre artes plásticas, no jornal Correio da Manhã. Após a experiência jornalística, fundou e dirigiu o jornal semanal Vanguarda Socialista, no Rio de Janeiro, para o qual escreve artigos de orientação política democrática. Incorpora-se ao grupo “Esquerda Democrática”, fundado em agosto de 1945. O grupo foi o embrião do Partido Socialista Brasileiro (PSB). Voltou a escrever à imprensa entre 1950 e 1954 como crítico de arte do jornal carioca A Tribuna da Imprensa; e também entre 1957 e 1971, sobre artes visuais, para o Jornal do Brasil e a Folha de S. Paulo.
Em 1949, prestou concurso para a Faculdade de Arquitetura do Rio de Janeiro, com a tese “Da natureza afetiva da forma na obra de arte”, mas seu grande feito acadêmico ocorreu em 1955, quando pleiteou vaga como professor de História do Brasil do Colégio Pedro II, para a qual escreveu o texto “Da missão artística francesa: seus obstáculos políticos”, já que foi o local onde, em 1956, obteve o título de livre-docente, com o trabalho a “Evolução do conceito de ideologia: da Filosofia à Sociologia”. Além disso, chegou a ser membro da Associação Internacional de Críticos de Arte (Aica), fundada em 1948. Passou uma temporada de, aproximadamente, um ano no Japão, onde realizou estudos sobre as relações da arte japonesa com a arte contemporânea ocidental.
Na área de grandes eventos, Mario organizou, em 1959, o Congresso Internacional de Críticos de Arte, realizado em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. Antes disso, entre 1953 e 1955, fora membro das comissões organizadoras das Bienais Internacionais de São Paulo, dirigindo-a em 1961. Dirigiu também, entre 1961 e 1963, o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP). No mesmo período, foi secretário do Conselho Federal de Cultura, instituído pelo governo Jânio Quadros.
Com o golpe militar, Mario foi perseguido politicamente. Em 1971, exilou-se no Chile, onde dirigiu o Museo de la Solidariedad, em Santiago. e a presidência do secretariado do Museo Internacional de la Resistencia Salvador Allende, em Cuba. Trabalhou como professor de História da Arte Latino-Americana, na Faculdade de Belas-Artes do Chile. Retornou ao Brasil em 1977. Faleceu, vítima de câncer, em 1981.
Fonte:
https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/JK/biografias/mario_pedrosa / Acesso: mai. 2021