Marielle Francisco da Silva, conhecida como Marielle Franco, nasceu em 27 de julho de 1979, no Rio de Janeiro. Foi criada em uma favela do Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio. Até os dezoito anos, Marielle, “cria da Maré”, como se autointitulava, trabalhou como vendedora ambulante e dançarina do grupo de funk, Furacão 2000, para ajudar aos pais no sustento da família. Aos dezenove anos, deu à luz a sua primeira e única filha, Luyara. Nesse período, estudava na primeira turma de pré-vestibular comunitário oferecido aos jovens das favelas do Complexo da Maré. Em 2000, começou a militar pelos direitos humanos, depois de uma de suas amigas ser atingida fatalmente por troca de tiros entre policiais e traficantes na Maré.
Em 2002, ingressou na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RJ), graduando-se em Ciências Sociais com bolsa de estudos obtida pelo Programa Universidade para Todos (Prouni). Concluiu o mestrado em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF), onde defendeu a dissertação intitulada "UPP - A redução da favela a três letras: uma análise da política de Segurança Pública do estado do Rio de Janeiro".
Em 2006, iniciou a carreira política, integrando a equipe de campanha que elegeu Marcelo Freixo à Assembleia Legislativa do estado do Rio de Janeiro (ALERJ). Após a posse do deputado, Marielle foi nomeada assessora parlamentar e trabalhou com Freixo durante dez anos. Ela também assumiu a coordenação da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania, da ALERJ e, nessa função, prestou auxílio jurídico e psicológico a familiares de vítimas de homicídios. Foi em defesa dos direitos humanos e militando pelas mulheres, negros e comunidade LGBT que, Marielle, negra e bissexual, candidatou-se a vereadora do Rio de Janeiro, no ano de 2016. Foi a quinta parlamentar mais votada, eleita pela coligação formada entre PSOL e PCB, com mais de 46 mil votos.
Durante sua atuação como vereadora, Marielle enviou diversos projetos de lei à Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Defendia diversas pautas, tais como: racismo; mulher na política; defesa aos direitos básicos; segurança nas favelas; LGBTs; garantia ao aborto (nos casos previstos em lei) etc. Crítica à intervenção federal do governo Temer na Segurança Pública do Rio de Janeiro, assumiu o posto de relatora de comissão criada, na Câmara, para acompanhar a atuação das tropas na intervenção, duas semanas antes de seu assassinato, em março de 2018.
Marielle foi assassinada dentro de seu carro, após sair de um encontro na Casa das Pretas, espaço coletivo de mulheres negras, onde participou de uma roda de conversa. O carro foi alvejado com 13 tiros, matando também o motorista, Anderson Pedro Gomes. Deixou os pais, a irmã, a filha Luyara e sua companheira, Mônica. Apesar das intensas manifestações e da comoção que a morte de Marielle gerou nacional e internacionalmente, ainda restam dúvidas sobre o mandante de seu assassinato.
Fonte:
https://tudo-sobre.estadao.com.br/marielle-franco / Acesso: mai. 2021
Fonte:
https://www.ebiografia.com/marielle_franco/ / Acesso: mai. 2021