Luiza Erundina nasceu em 30 de novembro de 1934, em Uiraúna, na Paraíba. Desde cedo, Erundina trabalhou para ajudar a família pobre e numerosa. Foi professora primária e, aos 23 anos, em 1958, tornou-se diretora de Educação e Cultura da prefeitura de Campina Grande. Retomou os estudos, em 1966, graduando-se pela Escola de Serviço Social da Paraíba, em João Pessoa. Nesse período, trabalhava, junto à Igreja Católica, ajudando no atendimento aos imigrantes e moradores de favelas da periferia da cidade. Atuou nas Ligas Camponesas de Julião Arruda de Paula. Em 1968, deixou a Paraíba para fazer mestrado em Ciências Sociais na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Regressa a Paraíba em 1970 e é aprovada em primeiro lugar em concurso para professora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Não pôde assumir devido a acusação de subversiva.
Devido à atuação nas Ligas Camponesas, fazendo oposição à ditadura militar, em contexto histórico e geográfico em que as lutas políticas das mulheres praticamente inexistiam, sofre duras perseguições e tem de retornar para São Paulo, onde se torna assistente social e chega a trabalhar na Secretaria do Bem-Estar Social da Prefeitura da cidade. Em 1980, Luiz Inácio Lula da Silva, na época líder sindical, convida Erundina para participar da fundação do Partido dos Trabalhadores (PT), sigla na qual permanece, em uma de suas alas radicais, influenciadas pelo trotskismo, até 1998. Em 1982, Erundina é eleita vereadora da cidade de São Paulo. Em 1986, é eleita deputada estadual e, em 1989, torna-se prefeita de São Paulo pelo PT, sendo a primeira mulher a ocupar o cargo na cidade. Sua gestão foi marcada pela modernização dos sistemas públicos de Saúde, Habitação, Educação, Transportes e Ciências. Propôs tarifa zero no transporte público e trabalhou com mutirões autogeridos para tentar resolver os problemas relativos à ocupação de terrenos e habitação, indo em direção contrária ao método da época, visível até os dias de hoje, de verticalização da cidade e construção de edifícios para garantir maior número de moradores em um espaço menor.
Inicialmente, com alta popularidade, Erundina perdeu simpatizantes ao propor uma tributação progressiva do IPTU. Após episódios como a violenta repressão à greve dos rodoviários em seu governo, deixou o cargo em 1993, com baixa aprovação. Após o impeachment de Fernando Collor, Erundina se tornou parte do governo Itamar Franco, como ministra da Secretaria da Administração Federal. Em 1998, por divergências ligadas ao apoio ao governo Itamar, Erundina deixou o PT e se filiou ao Partido Socialista Brasileiro (PSB). Foi eleita deputada federal de São Paulo pelo novo partido. Em 1999, assumiu o mandato parlamentar na Câmara dos Deputados, onde atua até os dias de hoje, defendendo pautas, de acordo com ela, pelos direitos das mulheres, dos trabalhadores e das minorias. Também se candidatou outras vezes à prefeitura de São Paulo, mas sem sucesso. Em 2016, Erundina deixou o PSB e se filiou ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), pelo qual disputou as eleições para a prefeitura em outubro do mesmo ano, conseguindo 3% dos votos. Em 2018, foi eleita deputada federal pelo PSOL. Em 2020 concorreu à Prefeitura de São Paulo, como vice de Guilherme Boulos, perdendo no segundo turno.
Em 2022, Erundina foi candidata à reeleição como deputada federal pelo PSOL. Obtendo 113 mil votos, foi eleita a parlamentar mais velha da Câmara dos Deputados, aos 87 anos.
Fonte: http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/luisa-erundina-de-sousa / Acesso: mai. 2021
http://www.erundina50.org.br/históricos/ / Acesso: mai. 2021
http://www.2camara.leg.br/deputados/pesquisa/layouts_deputados_biografia?pk=74784 / Acesso: mai. 2021
https://www.youtube.com/watch?v=vrYw0m7dekk&ab_channel=MyNews Acesso: jul.2022.
Nomes Políticos
Luiza Erundina, Erundina
Nascimento
Uiraúna, PB, 30 de novembro de 1934
