Júlio de Castilhos nasceu em 29 de junho de 1860, no interior do Rio Grande do Sul. Formou-se na Faculdade de Direito de São Paulo, em 1881. Durante seus estudos, teve contato com os escritos positivistas de Augusto Comte, que influenciaram tanto seus ideais como suas ações políticas. Já como bacharel em Direito, Castilhos chegou a dirigir o jornal A Federação (1884-1889), cuja proposta era divulgar o ideário republicano, feito especialmente por políticos filiados ao (PRR), agremiação que tinha Júlio de Castilhos como um de seus principais líderes.
Com a Proclamação da República, em 1889, Castilhos se aproximou das discussões sobre a nova Constituição, e assim, foi eleito para a Assembleia Constituinte, período que durou de 15 de julho a 11 de novembro de 1891. Durante a vigência do mandato, Castilhos se opôs fortemente ao pensamento de Rui Barbosa, especialmente no que tange às regras colocadas aos pequenos estados da República federativa.
Na sequência da Assembleia Constituinte, Júlio de Castilhos passou a se dedicar à estruturação da Constituição do estado do Rio Grande do Sul, monopolizando tanto sua produção quanto sua aprovação, tendo como inspiração fundamental o positivismo. Essa proeminência individual lhe rendeu-lhe a alcunha de Patriarca do Rio Grande do Sul, por seus conterrâneos. Em 1891, foi eleito presidente do seu estado. Contudo, o mandato durou apenas quatro meses, pois foi deposto com o “Golpe de Três de Novembro”, perpetrado por Deodoro da Fonseca.
Em 1893, Júlio de Castilhos se elegeu novamente presidente (1893-1898) do Rio Grande do Sul pelo PRR, numa eleição sem concorrentes. Ainda no mesmo ano, eclodiu no estado a chamada Revolução Federalista (1893-1895). Júlio de Castilhos venceu seus opositores de forte tendência monarquista parlamentarista e descentralizadora (federalistas). Com a vitória, passou a exercer influência cada vez mais significativa na política rio-grandense, fazendo com que o castilhismo, sinônimo de uma política defensora do Estado local forte, se consolidasse como corrente política no plano regional, com seu sucessor Borges de Medeiros. Posteriormente, influenciou a política nacional por meio de Getúlio Vargas.
De forma inesperada, Júlio de Castilhos morreu aos 43 anos, vítima de câncer na garganta. Na casa em que morou com a família, passou a funcionar, desde 1907, o Museu Júlio de Castilhos, no centro de Porto Alegre.
Fonte:
https://educacao.uol.com.br/biografias/julio-prates-de-castilhos.htm / Acesso: mai. 2021