José Genoino nasceu na região conhecida como Encantado, no município de Quixeramobim, interior do Ceará. Fez os estudos ginasiais (fundamentais) na cidade de Senador Pompeu. Ainda nessa época, começou a militar no movimento estudantil e fez parte da UNE (União Nacional dos Estudantes). Em 1964, mudou-se para Fortaleza, onde trabalhou na IBM. Anos depois, filia-se ao PC do B (Partido Comunista do Brasil), que estava na ilegalidade. Como presidente do Diretório Central dos Estudantes da UFC, participa do XXX Congresso da UNE, num sítio clandestino em Ibiúna, cidade do interior de São Paulo. Como consequência, foi preso, junto a todos os outros estudantes, na invasão que a polícia fez ao local. Enquadrado pelo Decreto nº 477, foi desligado de seu curso universitário e ficou impedido de se matricular em qualquer universidade por 3 anos.
Com a decretação do AI-5, em 1968, passou a viver na clandestinidade. Em 1970, mudou-se para a região do Araguaia, sul do Pará, onde a esquerda se preparava para instalar a Guerrilha do Araguaia. Viveu como camponês até abril de 1972, quando foi apanhado pelo Exército. Foi preso, torturado e condenado a cinco anos de prisão. Cumpriu, integralmente, passando por presídios em São Paulo, Brasília e Ceará. Em 1977, é libertado e trabalha como professor de História. Em 1978, toma parte na campanha pela anistia. É um dos membros fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT).
Sua carreira como deputado tem início na campanha de 1982, quando foi eleito deputado federal por São Paulo, para o mandato de 1983-1987. Em 1983, começa a engajar-se na campanha pelas Diretas-Já. Em 1986, é eleito para a Assembleia Nacional Constituinte. Em 1990, é reeleito para o terceiro mandato consecutivo. Em 1994, é reeleito para o quarto mandato, com mais de 200 mil votos. O quinto mandato foi conquistado na eleição seguinte, 1998, com a maior votação daquele ano, mais de 307 mil votos foram computados. Em 2002, desiste de uma vaga na Câmara dos Deputados e sai candidato ao governo do estado de São Paulo, perdendo para Geraldo Alckmin (PSDB). Sem cargo eletivo, em dezembro do mesmo ano assume a presidência nacional do PT. Em 2005, como presidente do partido, acabou envolvido na “Ação Penal 470”, ou o escândalo do mensalão.
Em 2006, foi eleito deputado federal mais uma vez, com quase 100 mil votos. Em 2010, candidata-se mais uma vez e fica com a primeira suplência (mais de 92 mil votos). No governo Dilma, atuou como assessor do Ministério da Defesa (Nelson Jobim). Em janeiro de 2013, assumiu cadeira na Câmara dos Deputados e renunciou ao mandato em dezembro, após o STF condená-lo pelo mensalão. Após cumprir prisão em regime fechado, foi ao semi-aberto, em agosto de 2014. No início de 2015, sua pena é extinta, pela presidenta Dilma, devido ao Indulto de Natal, após parecer favorável de Rodrigo Janot, procurador-geral da República.
Fonte:
http://fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/jose-genoino-neto / Acesso: mai. 2021