João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque

João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque nasceu em Umbuzeiro, na Paraíba, no dia 24 de janeiro de 1878. Foi sobrinho do ex-presidente da república Epitácio Pessoa e neto do Barão de Lucena. Estudou na escola militar de praia vermelha, em 1895, mas não concluiu o curso. Em 1898, matriculou-se na Faculdade de Direito de Recife, tendo se formado em 1904. Trabalhou no Rio de Janeiro como advogado, no Ministério da Fazenda e na Marinha Brasileira. Em 1919, com a posse do seu tio Epitácio Pessoa, tornou-se presidente do Supremo Tribunal Militar (STM).

Em 1928, foi eleito presidente do estado da Paraíba, promovendo reforma político-administrativa na estrutura do estado. Para superar as dificuldades financeiras, impôs tributos ao comércio com o porto de Recife. Essa prática gerou descontentamento das elites locais, principalmente o descontentamento do coronel José Pereira Lima que era chefe político do município de Princesa e tinha grande influência política em todo o estado.

Em 1929, recusou-se a apoiar a candidatura de Julio Prestes, defendendo o candidato Getúlio Vargas, da Aliança Liberal entre Minas Gerais e Rio Grande do Sul, tornando-se candidato a vice-presidente. José Pereira, apoiador da candidatura de Julio Prestes, organizou uma revolta no município de Princesa que foi apoiada pelo governo federal, o que impulsionou a tática da Aliança Liberal de organizar revolta armada para derrubar o então presidente e impedir que Julio Prestes assumisse. João Pessoa foi contra essa tática, pois estava concentrado em reprimir o levante em Princesa.

Na repressão ao movimento de Princesa, João Pessoa ordenou a polícia que invadisse a casa de suspeitos que poderiam estar colaborando com os revoltosos. Nesse episódio, a casa de João Dantas - importante aliado de José Pereira - foi invadida. Lá, foram encontradas cartas íntimas trocadas entre Dantas e a namorada. Essas cartas foram publicadas na mídia e causaram grande escândalo. Alguns dias depois desse episódio, João Pessoa foi assassinado por dois tiros disparados por João Dantas, em 1930. O corpo foi transferido para o Rio de Janeiro e enterrado em meio a grande manifestação popular, o que trouxe ainda mais base para o movimento revolucionário da Aliança Liberal que derrubou o presidente Washington Luís, em 1930. Em setembro daquele mesmo ano, a capital paraibana, até então denominada cidade da Paraíba, foi rebatizada com o seu nome.

Fonte: http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=374 / Acesso: mai. 2021