Jânio da Silva Quadros

Jânio da Silva Quadros nasceu em Campo Grande, em 25 de janeiro de 1917. Em 1935, ingressou na Faculdade de Direito da USP. Em 1947, foi eleito suplente de vereador, na cidade de São Paulo, pelo Partido Democrata Cristão. Com a cassação dos mandatos dos parlamentares do Partido Comunista Brasileiro, pôde assumir uma cadeira na Câmara Municipal, exercendo mandato entre 1948 e 1950. Em 1950, foi eleito deputado estadual por São Paulo (1950-1953). Adquiriu grande popularidade pregando a moralização do serviço público e visitando diversos municípios do interior, então no início de 1953, durante a primeira campanha eleitoral para a prefeitura em 23 anos. Eleito prefeito de São Paulo (1953-1954), um dos seus atos iniciais foi realizar demissões em massa de funcionários, marca de sua gestão. Aproximou-se dos presidentes Café Filho e Juscelino Kubitschek, beneficiando o estado ao acompanhar o movimento de industrialização nacional e diminuir o déficit público como governador (1954-1958). Foi ainda deputado federal (1958-1960), até tornar-se Presidente da República (1960-1961).

Em 1959, a Associação Brasileira da Imprensa lançou o Movimento Popular Jânio Quadros, lançando sua candidatura à presidência. Em sua posse, Jânio atacou o antecessor, JK, em discurso na rádio, visando fixar imagem de moralizador das contas e do funcionalismo público, utilizando o famoso "varre, varre, vassourinha...", jingle-metáfora para a limpeza que faria na política. Reduziu postos diplomáticos no exterior (adidos da Aeronáutica) e vantagens dos militares.

No Executivo, Jânio procurou concentrar poderes e diminuir o peso do Congresso nas decisões. A sociedade começou a pressionar por reorganização institucional, por meio do movimento sindical e das ligas camponesas. Em março de 1961, Jânio anunciou sua política econômica, cuja reforma cambial favoreceu o setor de exportação e credores internacionais, mas penalizou a indústria nacional, que tinha tido investimento no governo JK.

Em julho, Jânio promoveu reformas tributárias (imposto de renda), dos códigos civil e penal. Considerado conservador e alinhado aos EUA, surpreendeu ao promover, na política externa, aproximação com o bloco socialista. Recebeu missões chinesas e soviéticas, visando o incremento das relações comerciais. Condecorou o então ministro da Economia de Cuba, Ernesto "Che" Guevara, com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, descontentando os militares e outros setores. A crise política gerada por esses fatos descontentou tanto os partidos de esquerda quanto de direita, os movimentos sociais, os militares e o Congresso. Jânio renuncia acreditando que retornaria ao Palácio do Planalto “nos braços do povo”, o que possibilitaria a ampliação da autonomia da presidência, mas não houve manifestação significativa diante da crise institucional.  A presidência foi assumida interinamente pelo presidente da Câmara, Ranieri Mazzili, até que João Goulart retornasse de viagem oficial à China. João Goulart só conseguiu assumir sob regime parlamentarista, com mandato assegurado até janeiro de 1966. Jânio viajou para Londres.

Em 1962, candidatou-se novamente a governador, em São Paulo, pelo Partido Trabalhista Nacional (PTN), sendo derrotado por Ademar de Barros. Teve os direitos políticos cassados em 1964. Recuperou os direitos políticos após a lei da Anistia de 1979 e disputou a eleição de 1982, para governador, pelo PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), sigla a qual se filiou em 1980, sendo derrotado por André Franco Montoro. Voltou a candidatar-se à prefeitura de São Paulo em 1985, sendo eleito e tendo exercido o cargo até o final, em 1988.

 

Fonte: https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/Jango/biografias/janio_quadros Acesso: jan.2020.

Jânio da Silva Quadros

Nomes Políticos
Jânio Quadros

Nascimento
Campo Grande, MT, 25 de janeiro de 1917

Falecimento
São Paulo, SP, Brasil, 16 de janeiro de 1992



Formações

Instituição de Ensino Campo de Estudo Início Término
Universidade de São Paulo (SP) 1935 1940