Fernando Henrique Cardoso nasceu no Rio de Janeiro, em 18 de junho de 1931, e se mudou para São Paulo ainda criança. Em 1949, ingressou na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (USP). Formou-se em 1952, ano que passou a lecionar como auxiliar do professor Roger Bastide, também na USP. Em janeiro de 1955, tornou-se assistente de Florestan Fernandes, que assumiu a cátedra de Sociologia da USP, após o retorno de Bastide à França. Em 1961, obteve o título de doutor em Ciências Sociais na mesma universidade e, no ano seguinte, passou a integrar a direção do Centro de Sociologia Industrial e do Trabalho (Cesit), fundado por Florestan e Alain Touraine. Após o golpe de 1964, FHC entrou na lista de professores intelectuais perseguidos pelo regime militar. Depois de alguns dias escondido na casa de amigos, FHC foi para a Argentina, onde foi convidado a trabalhar na Comissão Econômica para a America Latina (CEPAL), órgão ligado à ONU e sediado no Chile, para onde se encaminhou.
Em 1967, foi convidado por Alain Touraine para lecionar em Paris. Ficou na capital francesa por um ano, até que retornou ao Brasil, em 1968, após ter sido revogada sua ordem de prisão. Chegando em São Paulo, foi aceito para ocupar a cátedra de política na USP. Foi professor catedrático por pouco tempo, pois com a edição do AI-5 o cargo seria abolido, e FHC se tornaria um dos 70 professores da USP aposentados compulsoriamente. Impedido de lecionar, foi um dos fundadores, em 1969, do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap). Em 1971, foi eleito membro do Conselho Superior da Flasco e do conselho diretor do Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales (Clacso). Em 1972, passou a escrever em alguns jornais artigos de oposição à ditadura militar, que iniciava o processo de abertura política no país. Em 1975, foi convidado para lecionar no Institute of Advanced Studies de Princeton, nos Estados Unidos. Em 1976, passou pela Universidade de Cambridge, na Inglaterra, e retornou, em seguida, para Princeton, onde ficou até 1978. Nos EUA, foi contemplado com o título de honoris causa degree of doctor of laws, da State University of New Jersey e se tornou membro do Conselho Acadêmico do Latin American Program do Wilson Center, em Washington.
Em 1978, coligou-se ao MDB e se candidatou ao Senado. Pouco antes de encerrar sua campanha, seus direitos políticos foram regularizados por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele foi o primeiro cidadão cassado pelo AI-5 a disputar uma eleição. Ficou em segundo lugar nas eleições e virou suplente de Montoro no Senado. Em 1979, foi eleito vice-presidente do MDB e, no mesmo ano, como o fim da legenda, filiou-se ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Paralelamente, participou da elaboração de uma nova legenda que daria origem ao Partido dos Trabalhadores (PT). Entretanto, com a adoção de um perfil socialista pela agremiação, preferiu permanecer no PMDB. Em 1981, foi convidado por Michel Foucault a participar de conferências no Collège de France. No mesmo ano, tornou-se diretor de pesquisa, associado à Maison des Sciences de l’Homme; foi eleito co-presidente da Fondation Internationale pour un Autre Développement (FIPAD); e passou a integrar o Comitê Científico do Centro Gino Germani di Studi Comparati sulla Modernizazzione e lo Sviluppo.
Em 1982, foi eleito presidente da International Sociological Association (ISA), cargo que ocupou até 1986. Em 1983, quando Franco Montoro assumiu o governo estadual de São Paulo, FHC ocupou sua cadeira no Senado. Em 1985, candidatou-se à prefeitura de São Paulo pelo PMDB, mas foi derrotado.Em 1986, anunciou que lançaria sua candidatura ao Senado para participar da Assembleia Nacional Constituinte. Foi eleito e empossado em 1987. Em meados de 1988, com divergências dentro do PMDB, deixou a legenda para fundar o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Com a queda de Collor, em 1992, FHC passou a compor o novo governo como ministro das Relações Exteriores. Em 1993, saiu da pasta para assumir o Ministério da Fazenda, onde começou a criar as bases econômicas e políticas para instalação do Plano Real. Em março de 1994, deixou o Ministério e retornou ao Senado, visando lançar sua candidatura à presidência da República. Foi eleito com 54,3% dos votos, em primeiro turno, contra 27% do candidato petista. No pleito de 1998, FHC foi reeleito à presidência, também no primeiro turno, com 53% dos votos válidos. Após deixar o governo, permaneceu no PSDB como presidente de honra e, em 2004, fundou o Instituto Fernando Henrique Cardoso (iFHC).
Fonte: http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/cardoso-fernando-henrique>. Acesso: mar.2020.
Organização | Função | Início | Término | Cidade | Estado |
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Presidente (a) da República | 1994 | 2002 | Brasília | DF |
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Ministro (a) | 1993 | 1994 | ||
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Ministro (a) | 1992 | 1993 | ||
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Senador (a) | 1987 | 1991 | Rio de Janeiro | RJ |
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Membro do partido | 1980 | 1988 | ||
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Membro do partido | 1974 | 1979 | ||
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Membro do partido | 1988 |
Instituição de Ensino | Campo de Estudo | Início | Término |
Universidade de São Paulo (SP) | 1963 | ||
Universidade de São Paulo (SP) | 1961 | ||
Universidade de São Paulo (SP) | 1949 | 1952 |