Nasceu em Salvador, capital do estado da Bahia, em 5 de dezembro de 1911. Filho de uma família pobre com 7 filhos, sua mãe era baiana, descendente de escravos e seu pai, mecânico de origem italiana. Seu pai teria sido um dos influenciadores das ideias socialistas. Cursou primário e secundário em Salvador e, em 1929, ingressou na Escola Politécnica da Bahia para cursar Engenharia Civil. Ingressou, em 1932, no então PCB (Partido Comunista do Brasil) e foi preso por escrever e divulgar poema com críticas ao interventor da Bahia, Juracy Magalhães. Embora tenha abandonado a universidade em 1932, continuou na militância estudantil, passando a ser um dos principais articuladores do partido até 1936, quando partiu para o Rio de Janeiro para ajudar na direção nacional do PCB. Nesse mesmo ano (1936), é preso mais uma vez com outros líderes comunistas, após o fracasso da Intentona Comunista. Em 1937, sai da prisão e parte para São Paulo para tentar reorganizar o PCB. Em 1939, é preso novamente, e permanece em reclusão até 1944, no presídio de Ilha Grande e de Fernando de Noronha.
Com o fim do Estado Novo, em 1945, e o surgimento de uma nova organização política, incluindo a legalização do PCB, Marighella é eleito para a Assembléia Nacional Constituinte (ANC). Em 1947, o registro do PCB é cancelado pelo TSE e, mais tarde, seus deputados seriam cassados pela Câmara dos Deputados. Volta à clandestinidade junto ao seu partido. Na década de 1950, exerceu vários cargos dentro do partido, sempre na ilegalidade, atuando ao lado de sindicalistas e outros militantes nas atividades políticas. Nesse período, apoiou a greve de abril/maio de 1953 que, mesmo com a paralisação de milhares de trabalhadores, não obteve grandes resultados, exceção para os aumentos parciais nos salários. Durante a década de 1950, o PCB viveu grande crise interna de reorientação devido à publicação do relatório Kruschev.
Na passagem da década de 1950 para 1960, o PCB aprovou nova resolução que pregava caminho para o socialismo pelas vias institucionais. Após o golpe de 1964, Marighella não acreditava mais no caminho pacífico para o socialismo. No dia 9 de maio do mesmo ano, recebeu voz de prisão por policiais do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) em uma sessão de cinema no Rio de Janeiro. Resistiu à prisão e foi alvejado com 3 perfurações por arma de fogo. Em 31 de julho de 1964, foi solto graças a um habeas corpus defendido pelo seu advogado, Sobral Pinto.
As divergências entre Marighella e o PCB se tornaram cada vez mais insustentáveis. Em fins de 1966, ele deixou a comissão executiva do partido e defendeu a luta revolucionária para colocar fim à ditadura militar. Em 1968, fundou a Aliança Libertadora Nacional, difundindo a guerrilha urbana no Brasil com sequestros e assaltos a bancos para angariar fundos para seu desenvolvimento.
Em 15 de agosto de 1969, um grupo liderado por Marighella ocupou a Rádio Nacional em São Paulo, propriedade das Organizações Globo, e emitiu um manifesto escrito pelo dirigente da ALN. Na noite de 4 de novembro do mesmo ano, em confronto com policiais chefiados por Sérgio Paranhos Fleury, Carlos Marighella foi assassinado, na Alameda Casa Branca em São Paulo.
Fonte: https://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/marighella-carlos. Acesso: fev. 2020.
Organização | Função | Início | Término | Cidade | Estado |
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Fundador (a) do partido | 1968 | 1971 | ||
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Membro do partido | 1934 | 1967 | ||
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Deputado (a) Federal | 1945 | 1947 |