Carlos Lamarca nasceu em 27 de outubro de 1937, no bairro de Estácio, zona norte do Rio de janeiro. Filho do sapateiro Antônio Lamarca e da dona de casa Gertrudes da Conceição Lamarca, ingressou na Escola Preparatória de Cadetes de Porto Alegre, em 1955. Lamarca cursou a Academia Militar das Agulhas Negras, a partir de 1957; casou-se com Maria Pavan, amiga de infância, em 1959; e se formou aspirante a oficial em 1960, recebendo a patente de capitão em 1967.
Em 24 de janeiro de 1969, Lamarca saqueia armas e munição do 4º Regimento de Infantaria de Quitaúna, em Osasco, estado de São Paulo, e passa a viver na clandestinidade. Poucos meses após desertar das Forças Armadas, Lamarca participa das primeiras operações na organização paramilitar Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), onde viria a ser nomeado dirigente no mesmo ano.
Devido à prisão de inúmeros militantes da VPR, em 7 de dezembro de 1970, Carlos Lamarca participou do sequestro do embaixador suíço Giovanni Butcher. Em troca da vida deste, a VPR exigia a libertação de 70 militantes presos; o congelamento dos preços por noventa dias; e a liberação das catracas nas estações de trem do Rio de Janeiro. Em 16 de janeiro de 1971, o embaixador foi solto no mais longo sequestro político da história do país. Em 22 de março de 1971, Carlos Lamarca desliga-se do VPR e ingressa no Movimento Revolucionário Oito de Outubro (MR-8). Estabelece-se em Buriti Cristalino, na região de Brotas de Macaúbas, na chapada diamantina.
Em agosto de 1971, a Operação Pajuçara, liderada pelo major Nílton Cerqueira, cercou a região de Buriti onde Lamarca se escondia. Em 17 de setembro de 1971, refugiado no pequeno povoado de Ibipetum, Carlos Lamarca foi assassinado com sete tiros, ao lado de José Campos Barreto, o Zequinha, ex-metalúrgico e líder do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco. Em nenhuma das 101 páginas do relatório sobre a operação é mencionada qualquer reação armada dos dois mortos. Ao lado de Carlos Marighella, Lamarca é reconhecido como o dirigente revolucionário de maior expressão na luta armada contra o regime militar (1964-1985).
Sua esposa e filhos, que viviam em Cuba desde setembro de 1968, retornaram ao país com a abertura política em 1979. Em outubro de 2014, o Tribunal Regional Federal de São Paulo (TRF) reconheceu o direito de Carlos Lamarca ser promovido coronel, título concedido pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, em 2007.
Fonte:
https://www.marxists.org/portugues/dicionario/verbetes/l/lamarca_carlos.htm - Acesso: fev 2020.
http://www.angelfire.com/de2/cheguevara/lamarca.htm - Acesso: fev 2020.
http://cemdp.sdh.gov.br/modules/desaparecidos/acervo/ficha/cid/190 – Acesso: fev 2020.
Instituição de Ensino | Campo de Estudo | Início | Término |
Escola Militar de Realengo | 1957 | 1960 |