Carlos Coimbra da Luz nasceu em Três Corações, Minas Gerais, em 04 de agosto de 1894. Em 1911, iniciou seus estudos na Faculdade Livre de Direito de Minas Gerais e já começou a trabalhar no setor público como funcionário da Secretaria do Interior, do governo estadual. Mais tarde, foi secretário do Conselho Superior de Instrução Pública. Ao terminar seu bacharelado, tornou-se delegado de Leopoldina e professor na Escola Normal da cidade. Em 1920, iniciou sua carreira como advogado e jornalista. Ainda redator e diretor da Gazeta de Leopoldina, candidatou-se, em 1923, a vaga na Câmara dos Vereadores da cidade. Eleito, ocupa a presidência da casa e, logo depois, a prefeitura, de 1923 a 1926. Reeleito em 1927, teve seu mandato interrompido pela Revolução de 1930. Carlos se envolveu no movimento que apoiava a eleição de Getúlio Vargas à presidência e se rebelou quando este não foi eleito. Chegou a ser exonerado da prefeitura de Leopoldina, mas retornou em 1932 e permaneceu no cargo até ser convidado a ocupar a Secretaria da Agricultura, Viação e Obras Públicas do estado. Mais tarde, tornou-se secretário do Interior.
Em 1934, Carlos Luz foi eleito deputado federal pela legenda do Partido Progressista. Durante o mandato, foi membro da Comissão de Finanças e Orçamento e líder da maioria. Quando Vargas liderou um golpe e fechou o Congresso, em 1937, Carlos Luz perdeu o mandato e logo foi nomeado para o conselho administrativo da Caixa Econômica Federal do Rio de Janeiro. No ano seguinte, tornou-se vice-presidente e, em 1939, presidente dessa instituição bancária no Rio de Janeiro, passando integrar o Conselho Superior das Caixas Econômicas Federais. Com o enfraquecimento de Getúlio, em 1945, Carlos Luz se torna membro da comissão executiva estadual da seção mineira do Partido Social Democrático (PSD), que estava se formando. Com a volta das eleições, apoia a candidatura de Eurico Gaspar Dutra à presidência da República. Em 1945, Carlos foi eleito deputado constituinte, mas não ocupou o cargo, pois foi empossado como ministro da Justiça pelo presidente Dutra, em janeiro de 1946. Ainda em 1946, deixa o ministério, quando a Constituição é aprovada. Em 1947, foi eleito deputado federal e assumiu, também, a presidência do banco Ribeiro Junqueira. Foi reeleito em 1950, ano em que Getúlio Vargas era eleito presidente da República. Em 1954, Carlos Luz volta a ser eleito e se torna presidente da Câmara dos Deputados.
Depois do suicídio de Vargas e do afastamento (por problemas de saúde) do vice Café Filho, Carlos Luz assume a presidência da República, conforme ordem de sucessão, pois era o presidente da Câmara. Em seu curto governo de alguns dias, Carlos enfrenta crise política em decorrência da insatisfação de parte das Forças Armadas e políticos conservadores com a vitória de Juscelino Kubitschek e João Goulart, para a presidência e vice-presidência, respectivamente, na última eleição. A solução para a crise, segundo a visão daqueles que defendiam o resultado das eleições, seria afastar Carlos Luz, que estava dando cargos ministeriais a oficiais contrários a posse de JK. Ciente da movimentação de lideranças e tropas de São Paulo em direção ao Distrito Federal, Carlos embarca no Cruzador Tamandaré, fugindo das tropas que chegavam e que prendiam seus aliados. Com base no artigo 79 da Constituição, Câmara e Senado aprovavam o impedimento de Carlos Luz de continuar exercendo o cargo de presidente. O então vice-presidente do Senado, Nereu Ramos, foi empossado presidente da República. Carlos decide voltar para o Rio de Janeiro e, ao desembarcar, faz discurso explicando a conjuntura, sob o seu ponto de vista, à Câmara dos Deputados. Mesmo assim, continua sem poder retornar ao cargo. Além disso, Café Filho, ao apresentar melhoras, é desaconselhado e impedido pelo Congresso a voltar à presidência. É declarado, estado de sitio e, nesse meio empo, Nereu Ramos passa a presidência para JK.
Em 1958, Carlos Luz é eleito mais uma vez deputado federal pela legenda do PSD. Entre 1951 e 1957, chega a integrar a diretoria da Associação Comercial do Rio de Janeiro. Morre no dia 9 de fevereiro de 1961, na cidade do Rio de Janeiro.
Fonte:
http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/carlos-coimbra-da-luz>. Acesso: fev. 2020.
http://www.biblioteca.presidencia.gov.br/presidencia/ex-presidentes/carlos-luz/biografia>. Acesso: fev. 2020.
http://acervo.estadao.com.br/noticias/personalidades,carlos-luz,561,0.htm>. Acesso: fev. 2020.
Organização | Função | Início | Término | Cidade | Estado |
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Presidente (a) da República | 1955 | 1955 | Rio de Janeiro | RJ |
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Deputado (a) Federal | 1947 | 1951 | Belo Horizonte | MG |
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Deputado (a) Federal | 1935 | 1937 | Belo Horizonte | MG |
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Vereador (a) | 1927 | 1932 | Leopoldina | MG |
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Prefeito (a) | 1923 | 1926 | Leopoldina | MG |
Instituição de Ensino | Campo de Estudo | Início | Término |
Universidade do Estado de Minas Gerais (MG) | 1911 | 1915 |