Bertha Lutz nasceu na cidade de São Paulo, em 02 agosto de 1894, filha de imigrantes ingleses. Viajou à França, para estudos, ainda adolescente. Formou-se zoóloga em 1918, pela Universidade de Paris. Enquanto estava na Europa, Bertha teve contato com o movimento feminista e o movimento sufragista inglês. Quando retornou ao Brasil, tornou-se a segunda servidora pública mulher do país, depois de ser aprovada no concurso para secretária do Museu Nacional. Em 1919, fundou a Liga para a Emancipação Intelectual da Mulher. Em 1922, representou as mulheres brasileiras na Assembleia Geral da Liga das Mulheres Eleitoras, realizada nos Estados Unidos. Após a assembleia, foi escolhida como vice-presidente da Sociedade Pan-Americana. Logo em seguida, fundou a Federação Brasileira para o Progresso Feminino, movimento derivado da Liga que fundou em 1919. No ano de 1923, viaja à Roma para a Conferência Internacional da Mulher e, em 1925, reúne-se com outras lideranças feministas, na Conferência Pan-Americana da Mulher, em Washington. Em em 1929, participa da Conferência Internacional da Mulher, em Berlim. Em 1933, volta a representar o Brasil, dessa vez na VII Conferência Pan-Americana da Mulher, realizada em Montevidéu. Bertha também realizou importantes ações dentro do Brasil, entre elas: a participação no projeto do primeiro estado a adotar o voto das mulheres, o Rio Grande do Norte, com o governador Juvenal Lamartine de Faria; fundou a União Universitária Feminina; a União Profissional Feminina; e a União das Funcionárias Públicas.
Candidatou-se, pela primeira vez, no pleito de 1933, como deputada constituinte, pela legenda do Partido Autonomista do Distrito Federal, representando a Liga Eleitoral Independente. Não venceu as eleições, mas não deixou de acompanhar a constituinte no ano seguinte. Nas eleições de 1934, acabou obtendo a primeira suplência, chegando a assumir em 1936, com a morte do deputado titular. Mesmo sendo parlamentar por pouco tempo, conseguiu propor mudanças importantes na legislação brasileira, no que diz respeito à igualdade salarial, à licença de três meses para a gestante e à redução da jornada de trabalho, então de 13 horas diárias. Além disso, propôs projetos de combate à lepra e à malária. Com o início do Estado Novo, em 1937, Bertha continuou a trabalhar como servidora pública, como chefe do setor de Botânica do Museu Nacional. No ano de 1964, foi aposentada compulsoriamente do cargo. Bertha, então, retorna a suas viagens internacionais.
Representou o Brasil em conferência do Escritório Internacional do Trabalho, na Filadélfia, nos Estados Unidos. Além disso, atuou na Liga das Nações, em relação às condições do trabalho feminino. Foi a única mulher a integrar a comissão brasileira à Conferência de São Francisco que, em 1945, produziu a Carta das Nações Unidas. Por ter feito importante defesa dos direitos das mulheres na conferência, em 1975 (Ano Internacional da Mulher), foi convidada pelo governo brasileiro a integrar a delegação para o I Congresso Internacional da Mulher, na Cidade do México. Ainda foi membro da Sociedade Internacional das Mulheres Geógrafas; da Aliança Internacional pelo Sufrágio Feminino e Igualdade Política entre Sexos; e da Comissão Feminina Consultiva do Trabalho da Mulher. Em 1976, aos 84 anos, faleceu no Rio de Janeiro, em decorrência de uma pneumonia aguda.
Fonte:
http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/berta-maria-julia-lutz>. Acesso : fev. de 2020.
http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/politica-externa/paz-e-seguranca-internacionais/14884-bertha-lutz>. Acesso : fev. de 2020.
http://acervo.oglobo.globo.com/em-destaque/bertha-lutz-uma-historia-de-luta-conquistas-de-direitos-da-mulher-no-brasil-20102421>. Acesso : fev. de 2020.
Organização | Função | Início | Término | Cidade | Estado |
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Deputado (a) Federal | 1936 | 1937 | Rio de Janeiro | RJ |
Instituição de Ensino | Campo de Estudo | Início | Término |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (RJ) | 1928 | 1933 |