Artur Bernardes nasceu em Viçosa, Minas Gerais, município da Zona da Mata Mineira, em 8 de agosto de 1875. Como quase todos os presidentes da República de então, formou-se em Direito pelo Largo São Francisco. Começa advogando em sua cidade natal e atuando na imprensa local como colaborador e diretor do jornal A Cidade de Viçosa (1903-1905). Exerce o cargo de vereador de sua cidade (1905-1907) pelo Partido Republicano Mineiro (PRN). Posteriormente, exerce dois mandatos de deputado federal (1909-1910 e 1915-1918). Entre 1910 e 1914, ocupa o cargo de secretário de finanças do estado de Minas Gerais. Entre 1918 e 1922, foi presidente do seu estado. Após eleição direta, torna-se presidente do Brasil, assumindo o cargo em 15/11/1922, sucedendo o presidente Epitácio Pessoa, na fase final daquilo que ficou conhecido como "política do café com leite". Seu sucessor na presidência da República foi o paulista Washington Luis, que recebeu o cargo em 15/11/1926, sendo o último presidente da República Velha.
O governo do presidente Artur Bernardes se desenvolveu com forte instabilidade política e crise social interna, devido às mudanças que o país passava naquele momento. As revoltas tenentistas que ocorreram a partir de 1922, começando no Rio Grande do Sul e chegando a São Paulo, fez com que Bernardes governasse quase sempre em estado de sítio. No início de sua gestão, ainda teve de lidar com as disputas políticas no Rio Grande do Sul, que provocaram conflito civil no estado. Em 1923, o governo federal reconheceu Borges de Medeiros como presidente da província do Rio Grande do Sul, colocando fim ao conflito. Em 1925, enfrentou a Coluna Prestes, movimento oriundo do tenentismo, liderado por Luis Carlos Prestes, que percorreu milhares de quilômetros pelo interior de diversos estados brasileiros, pregando reformas sociais e políticas, tentando sublevar a população contra o governo federal e as demais oligarquias dominantes.
Após o período como presidente da República, Artur Bernardes foi eleito senador, em 1927. Foi um dos responsáveis pela Revolução de 1930, em Minas Gerais, negando a legitimidade da eleição de Júlio Prestes como presidente do país. Liderou a Revolução Constitucionalista em seu estado, em 1932, objetivando derrubar o governo provisório de Getúlio Vargas. Por isso, foi preso e se exilou, em seguida. Retorna ao Brasil graças à anistia, de 1934. Depois disso, foi eleito deputado estadual. Torna-se deputado constituinte e federal entre 1935 e 1937. Após o golpe do Estado Novo, sua locomoção fica restrita ao Rio de Janeiro e a Viçosa. Em 1943, é um dos signatários do Manifesto dos Mineiros, articulando a candidatura do Brigadeiro Eduardo Gomes à presidência da República.
Em 1945, torna-se membro da comissão provisória da União Democrática Nacional (UDN) mas, ao mesmo tempo, é um dos fundados do Partido Republicano (PR), sendo seu primeiro presidente. Em 1946, foi eleito deputado constituinte pelo PR mineiro. Morreu no Rio de Janeiro, em 1955.
Fonte:
http://www.biblioteca.presidencia.gov.br/ex-presidentes/arthur-bernardes Acesso: jun.2020.
http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/biografias/artur_bernardes Acesso: jun.2020.
Organização | Função | Início | Término | Cidade | Estado |
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Deputado (a) Federal | 1935 | 1955 | Rio de Janeiro | RJ |
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Senador (a) | 1927 | 1930 | Rio de Janeiro | RJ |
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Presidente (a) da República | 1922 | 1926 | Rio de Janeiro | RJ |
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Governador (a) | 1918 | 1922 | Belo Horizonte | MG |
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Deputado (a) Federal | 1915 | 1918 | Belo Horizonte | MG |
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Secretário (a) | 1910 | 1914 | Belo Horizonte | MG |
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Deputado (a) Federal | 1909 | 1910 | Belo Horizonte | MG |
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Deputado (a) Estadual | 1907 | 1909 | Belo Horizonte | MG |
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Vereador (a) | 1905 | 1907 | Viçosa | MG |
Instituição de Ensino | Campo de Estudo | Início | Término |
Universidade Federal de Ouro Preto (MG) | 1895 | 1900 |