Alceu de Deus Collares nasceu em 12 de setembro de 1927, na cidade de Bagé, Rio Grande do Sul. Trabalhou como quitandeiro, distribuidor de jornais, carregador e estafeta dos Correios e Telegráfos. Em 1958, vivendo em Porto Alegre, tornou-se bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Iniciou sua carreira política ainda na graduação de Direito, quando se filiou ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), elegendo-se vereador de Porto Alegre, em 1962. Com o golpe militar de 1964, e o início da vigência do Ato Institucional nº2, Collares se filiou ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Em 1968, foi eleito vereador da capital gaúcha, novamente. Nas eleições de 1970, conseguiu cadeira na Câmara dos Deputados, com 120 mil votos. No novo mandato, foi escolhido pelos jornalistas, que faziam a cobertura de notícias do congresso nacional, como o melhor deputado do ano de 1973. Foi reeleito em 1974.
Foi vice-presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara e vice-líder do MDB, nos dois mandatos. Fez fortes críticas ao governo militar, principalmente ao seu modelo econômico elitista e concentrador de renda, que afetava a liberdade de expressão e organização dos trabalhadores. Foi reeleito no ano de 1978, propondo a abertura política do regime e eleições diretas à presidência da República. Com a extinção do bipartidarismo, em 1979, auxiliou a reorganização do Partido Trabalhista Brasileiro, pelos trabalhistas ligados a Leonel Brizola. Chegou a ser líder dos trabalhistas na Câmara. Porém, perderam a sigla para outro grupo político e acabaram por fundar o Partido Democrático Trabalhista (PDT).
Collares se tornou líder do PDT na Câmara, de 1980 a 1981, quando foi lançado como candidato do partido ao governo do Rio Grande do Sul. Perdeu o pleito de 1982 para o candidato Jair Soares, do Partido Democrático Social (PDS). Ganhou as eleições para a prefeitura de Porto Alegre em 1985, derrotando Francisco Machado Carrion, da Aliança Democrática (frente composta pelo PMDB, PFL, PCB e PC do B). Em 1990, iniciou sua campanha ao governo do estado novamente, dizendo que, se eleito, daria prioridade a melhorias na Saúde, Educação e Segurança Pública. Disputou e venceu o segundo turno contra Nélson Marchezan, do PDS, tornando-se o primeiro governador negro do Rio Grande do Sul.
No final de seu mandato, enfrentou grave crise política, por conta de acusações de envolvimento em atos de corrupção dentro do governo estadual. A gestão teve queda de popularidade, e Collares acabou rompendo com parte de sua base aliada, perdendo apoio de deputados do próprio partido. Não se candidatou ao Senado federal e nem conseguiu produzir sucessor nas eleições de 1994. Somente em 1998, voltou a concorrer a um cargo eletivo, sendo empossado deputado federal, no ano seguinte, e reeleito nas eleições de 2002. Em 2000, candidatou-se à prefeitura de Porto Alegre e, em 2006, ao governo do estado, mas perdeu ambas as eleições. Em 2008, tornou-se conselheiro no Conselho de Administração da hidrelétrica Itaipu Binacional.
Fonte: http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/alceu-de-deus-colares Acesso: jul.2020.
Disponível em: https://www.camara.leg.br/deputados/73477/biografia
Organização | Função | Início | Término | Cidade | Estado |
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Deputado (a) Federal | 1999 | 2007 | Porto Alegre | RS |
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Governador (a) | 1991 | 1995 | Porto Alegre | RS |
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Prefeito (a) | 1986 | 1989 | Porto Alegre | RS |
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Deputado (a) Federal | 1971 | 1983 | Porto Alegre | RS |
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Vereador (a) | 1964 | 1970 | Porto Alegre | RS |
Instituição de Ensino | Campo de Estudo | Início | Término |
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (RS) | 1955 | 1958 |