Nascido na cidade de Glicério, no estado de São Paulo, em 21 de março de 1955, Jair Bolsonaro concluiu o curso de formação de oficiais na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), localizada em Resende (RJ); e o curso de paraquedismo militar na Brigada Paraquedista do Rio de Janeiro, em 1977. Em 1983, formou-se em Educação Física na Escola de Educação Física do Exército, e se tornou mestre em saltos pela Brigada Paraquedista do Rio de Janeiro.
No ano de 1986, servindo como capitão no 8º Grupo de Artilharia de Campanha, ganhou projeção por ter sido preso ao infringir o regulamento disciplinar do Exército, publicando artigo em que criticava os baixos salários pagos à categoria. Marcado por novas infrações ao regulamento disciplinar, Bolsonaro foi julgado e absolvido, em 1988, pelo Supremo Tribunal Militar. Ainda em 1988, foi para a reserva com a patente de capitão e foi eleito para a Câmara Municipal do Rio de Janeiro, na legenda do Partido Democrata Cristão (PDC). Cumpriu metade do mandato até ser eleito, em outubro de 1990, deputado federal.
Como deputado federal, votou a favor da abertura de processo de impeachment do presidente da República, Fernando Collor de Melo, em 1992. No ano seguinte, fundou o Partido Progressista Reformador (PPR), nascido da fusão do PDC com o Partido Democrático Social (PDS). Reelegeu-se, em 1994, com quase 135 mil votos. Em agosto de 1995, com a criação do Partido Progressista Brasileiro (PPB), resultado da fusão do PPR com o Partido Progressista (PP), Bolsonaro foi para a nova agremiação. Em março de 1998, esteve no centro da polêmica sobre a eleição para a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Candidato ao cargo, Bolsonaro enfrentou a reação de vários setores da sociedade, que chamaram a atenção para seu envolvimento com os segmentos responsáveis pela violação dos direitos humanos. Em artigo publicado na imprensa no mesmo mês, defendeu a pena de morte; a prisão perpétua; o regime de trabalhos forçados para condenados; a redução da maioridade para 16 anos; um rígido controle da natalidade como maneira eficaz de combate à miséria e à violência; e a revisão da área dos índios ianomâmis.
Nas eleições de outubro de 1998, candidatou-se mais uma vez a deputado federal e foi reeleito com 102.893 votos. Nas eleições de 2002, candidatou-se pela quarta vez, ao mesmo cargo, sempre na legenda do PPB. Naquele ano, deixou o PPB para filiar-se ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). No início de 2005, deixou o PTB e se filiou ao Partido da Frente Liberal (PFL). Em abril, deixou o PFL e foi para o Partido Progressista (PP), nova denominação do PPB, sua antiga legenda.
Nas eleições de 2006, foi reeleito para o quinto mandato consecutivo, com 99.700 votos. Em 2003, o deputado afirmou que não estupraria a parlamentar Maria do Rosário porque ela "não merece", em discussão sobre maioridade penal durante entrevistas sobre o Caso Liana Friedenbach e Felipe Caffé. Repetindo as declarações feitas a deputada, em 2014 e 2015, foi condenado em primeira instância por danos morais. Em junho de 2016, o Supremo Tribunal Federal (STF), ao analisar denúncia da Procuradoria Geral da República e queixa da própria deputada, decidiu abrir duas ações penais contra o então deputado Bolsonaro. Em uma decisão por quatro votos contra um, a Segunda Turma do STF entendeu que, além de incitar a prática do estupro, Bolsonaro ofendeu a honra da colega. Como resultado, o deputado se tornou réu pela prática de apologia ao crime e por injúria.
Em março de 2015, deixou de ser militar da reserva e passou a ser capitão reformado do Exército. Um ano depois, Bolsonaro foi anunciado como pré-candidato à presidência do Brasil pelo Partido Social Cristã (PSC). Em janeiro de 2018, no entanto, anunciou sua filiação ao Partido Social Liberal (PSL), o nono partido político de sua carreira desde que foi eleito vereador em 1988. Sua campanha presidencial foi lançada em agosto de 2018, com o general reformado Hamilton Mourão como vice da chapa. Sofreu um atentado durante ato de campanha, no dia 06 de setembro, recebendo um golpe de faca no abdômen. Em 07 de outubro, Bolsonaro ficou em primeiro lugar no primeiro turno das eleições presidenciais de 2018, com o candidato Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores (PT), em segundo. Jair Messias Bolsonaro cumpriu o mandato de presidente da República Federativa do Brasil entre 2018 e 2022.
Um dos pontos de destaque do governo Bolsonaro foi a tratativa em relação a pandemia da COVID-19. Desde o começo, o presidente minimizou a gravidade da doença, se opôs às medidas de isolamento social e ao uso de máscaras (mesmo sendo recomendações enfaticamente apoiadas por respeitadas instituições de saúde nacionais e internacionais); defendeu o uso do chamado "tratamento precoce" (um conjunto de medicamentos sem eficácia comprovada contra a doença); atrasou a aquisição de vacinas e frequentemente questionou a eficácia de diversas vacinas desenvolvidas. Até hoje, ele afirma que não se vacinou contra a Covid-19. Nesse contexto, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado identificou indícios de nove crimes comuns e de responsabilidade que, em tese, poderiam ser atribuídos a Bolsonaro.
Outro ponto de destaque foi a participação e manifestações antidemocráticas realizadas por seus apoiadores. Com o avanço da pandemia, sua queda nas pesquisas e a possibilidade de um processo de impeachment, ele intensificou o discurso autoritário e convocou seus seguidores para protestos em 7 de setembro de 2021.
Em 2021, Bolsonaro anunciou sua filiação ao Partido Liberal. Em 2022, Bolsonaro foi candidato à reeleição como presidente da república, chegando ao segundo turno, mas perdendo o pleito para o candidato Luiz Inácio. Em seu primeiro pronunciamento sobre a eleição, Bolsonaro não reconheceu explicitamente a derrota, fazendo alusões ao que considerou um processo eleitoral injusto, reforçando suas críticas a forma do processo eleitoral e ao uso de urnas eletrônicas.
Quebrando os protocolos internos, Bolsonaro não passou a faixa presidencial para seu sucessor, Lula (PT), e deixou o país em 30 de dezembro, passando alguns meses nos Estados Unidos. Durante sua estadia, seus apoiadores invadiram a Praça dos Três Poderes, em Brasília, e depredaram prédios públicos, em um protesto contra o resultado eleitoral. Bolsonaro atualmente é investigado em um inquérito que busca apontar os autores intelectuais desta ação golpista.
Em junho de 2023, Bolsonaro foi declarado inelegível pelo TSE por abuso de poder político em uma reunião com embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada em 2022, na qual o ex-presidente fez reiteradas declarações contra o processo eleitoral brasileiro. Atualmente o TSE possui mais de 15 investigações contra o ex-presidente.
Fonte: http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/jair-messias-bolsonaro Acesso: mar. 2020.
Lula é eleito presidente pela 3ª vez - 30/10/2022 - Poder - Folha (uol.com.br) Acesso:nov. 2022.
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2022/10/veja-trajetoria-pessoal-e-politica-de-jair-bolsonaro.shtml Acesso: ago.23
https://g1.globo.com/politica/noticia/2023/06/22/tse-tem-16-acoes-de-investigacao-contra-bolsonaro-saiba-quais.ghtml Acesso: ago.23
Organização | Função | Início | Término | Cidade | Estado |
|
Presidente (a) da República | 2021 | 2022 | ||
|
Presidente (a) da República | 2018 | 2019 | Brasília | DF |
|
Membro do partido | 2018 | 2019 | ||
|
Membro do partido | 2016 | 2018 | ||
|
Deputado (a) Federal | 2014 | 2018 | Rio de Janeiro | RJ |
|
Membro do partido | 2005 | 2016 | ||
|
Deputado (a) Federal | 2006 | 2014 | Rio de Janeiro | RJ |
|
Deputado (a) Federal | 2002 | 2006 | Rio de Janeiro | RJ |
|
Membro do partido | 2003 | 2005 | ||
|
Membro do partido | 1995 | 2003 | ||
|
Deputado (a) Federal | 1998 | 2002 | Rio de Janeiro | RJ |
|
Deputado (a) Federal | 1994 | 1998 | Rio de Janeiro | RJ |
|
Membro do partido | 1993 | 1995 | ||
|
Deputado (a) Federal | 1991 | 1994 | Rio de Janeiro | RJ |
|
Membro do partido | 1988 | 1993 | ||
|
Vereador (a) | 1988 | 1991 | Rio de Janeiro | RJ |
|
Membro do partido | 2021 |
Instituição de Ensino | Campo de Estudo | Início | Término |
Academia Militar das Agulhas Negras | 1973 | 1977 |