Carolina Josefa Leopoldina Francisca Fernanda de Habsburgo-Lorena

Carolina Josefa Leopoldina Francisca Fernanda Beatriz de Habsburgo-Lorena nasceu em 22 de janeiro de 1797, sexta filha de Francisco 1º (1768-1835), imperador da Áustria, e 2º da Alemanha, durante seu segundo casamento com Maria Teresa de Bourbon (1772-1807). Seu nascimento ocorre entre a independência dos Estados Unidos da América (1776) e a Revolução Francesa (1789).

Maria Leopoldina deixou a Áustria, uma das mais tradicionais monarquias da Europa, em 1817. Atravessou o Atlântico e veio para o Brasil aos 20 anos de idade, em razão de um casamento arranjado pela diplomacia portuguesa. D. João VI, pai de D. Pedro I, viu no casamento uma forma de livrar-se da influência inglesa. Culta, entendia de política e história e se interessava por temas relacionados à botânica e à mineralogia.

Os livros de História pouco mencionam a importância de Maria Leopoldina para a Independência do Brasil. Pesquisas mais aprofundadas contam que, ao menos no papel, a independência brasileira foi proclamada pela princesa Maria Leopoldina, cinco dias antes do grito de D. Pedro I, em 7 de setembro de 1822, no alto da colina do Ipiranga, em São Paulo.

Isso aconteceu porque, para visitar a província de São Paulo, D. Pedro I a nomeou, por decreto assinado em 13 de agosto de 1822, regente interina. Na ocasião, era forte o movimento pela separação do Brasil do reino de Portugal. Então, despachando no lugar do marido, ela convocou o Conselho de Estado, no dia 2 de setembro, em sessão extraordinária realizada no Paço da Boa Vista, no Rio de Janeiro, e decidiu, junto aos ministros, pela separação definitiva entre Brasil e Portugal.

Com o apoio de José Bonifácio de Andrada e Silva, membro do Conselho de Estado, ela teria tomado a decisão pela independência em razão de o governo português ter exigido a volta imediata do casal real para Lisboa. Também ameaçava dissolver o reino brasileiro com a instalação de juntas governamentais portuguesas, em todas as suas províncias, para dificultar o crescente movimento emancipacionista. Leopoldina e José Bonifácio enviaram a Dom Pedro I as notícias recebidas de Portugal, junto à decisão tomada pelo Conselho no Rio de Janeiro, pelo mensageiro Paulo Bregaro. Ao saber das novidades políticas durante sua viagem, o príncipe, então, anunciou a Independência.

Após esse episódio e ainda na ausência do marido, Maria Leopoldina tomou medidas para defender o país contra a iminência de um ataque português. Como o Brasil não tinha Exército nem Marinha, ela solicitou a elaboração de um plano de defesa, contratando oficiais mercenários para o combate. Com o regresso do marido ao Rio de Janeiro, tratou de consolidar a independência lutando pelo reconhecimento junto a dirigentes de outras nações, inclusive junto a seu pai, Francisco I, o poderoso imperador da Áustria e líder da Santa Aliança, coligação criada pelos principais monarcas europeus com o declarado objetivo de combater os ideais liberais, sobretudo aqueles propagados pela Revolução Francesa.

Antes desse episódio da Independência, Maria Leopoldina já havia demonstrado sua opção por ficar no Brasil. Com o fim do império napoleônico, a familiar real portuguesa regressou a Lisboa, em 1821, e D. Pedro ficou no Brasil na condição de príncipe-regente. Ao final de 1821, Maria Leopoldina e D. Pedro I recebem intimação de Lisboa para regressarem. Diante da pressão de políticos brasileiros, ambos decidem ficar. Maria Leopoldina teria se convencido dessa ideia antes do marido e teria sido ela a persuadi-lo pela causa dos brasileiros.

A princesa Maria Leopoldina figura na história como primeira mulher a dirigir a nação por um curto período de tempo e, posteriormente, em 12 de outubro de 1822, torna-se primeira Imperatriz do Brasil, quando seu marido é proclamado imperador.

Fonte: http://mapa.an.gov.br/index.php/publicacoes/70-assuntos/producao/publicacoes-2/biografias/398-maria-carolina-josefa-leopoldina Acesso: jun.2020.

Carolina Josefa Leopoldina Francisca Fernanda de Habsburgo-Lorena

Nascimento
Viena, AU, 22 de janeiro de 1797

Falecimento
Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 11 de dezembro de 1826